terça-feira, 3 de março de 2009

A (para) quem interessar

O maior desafio de um escritor e de um jornalista, depois claro de pensar numa boa história, é escolher as palavras exatas (precisas) para compô-la. Acho que é isso que faz um escritor ou mesmo um jornalista melhor do que o outro, entre outros aspectos, claro. Ao longo deste texto, tentarei mostrar (exemplificar) o dilema que ronda minha cabeça na escolha de palavras e pela qual todos que escrevem devem passar. As que estão entre parênteses são as que fiquei em dúvida entre a própria e a que a antecede. Por exemplo, a primeira frase deste texto poderia ser: O grande desafio de quem escreve, após logicamente elaborar o texto, é achar as palavras certas para fazê-lo. O texto é a junção (união) de palavras. Para fazê-lo (escrevê-lo) bem, é necessário ter um repertório grande delas e também saber o significado exato das mesmas. Há dois exemplos ou contra-exemplos disso. Eu achava que uma cidade cosmopolita era uma cidade que exportava seus costumes. Quando não é. Já o Dan achava que quando uma coisa aumenta sensivelmente queria dizer um aumento sensível, pequeno. O que apesar de fazer lógica, também não é. Por isso sou contra palavras genéricas, como por exemplo, coisa; tipo; isso. Ex: O ministro anunciou, entre outras coisas, a reforma do hospital. Por que não, ''o ministro anunciou, entre outras medidas, a reforma do hospital?'' Ou se não forem medidas: O ministro anunciou a reforma do hospital, além de... O grande (bom) escritor é aquele que sabe exatamente dar emprego a determinada palavra em determinada situação. E é o que eu espero e tento me aproximar de fazer algum dia. Um outro exemplo que pode parecer bobo (raso), mas do qual me recordo até hoje: no primeiro período da faculdade, a professora de Gramática estava justamente explicando a diferença entre as palavras, e que não existem palavras que querem dizer exatamente a mesma coisa que outras. Senão, não haveria o porquê de existir mais de uma. O exemplo que ela deu foi o seguinte: Se a secretária deixa na mesa do chefe um bilhete escrito “importante” e outro com o título “imprescindível”, qual dos dois você lerá primeiro?Acho eu que usar linguagem rebuscada não compõe (faz) necessariamente um bom texto. Sou daqueles que preferem a linguagem mais simples, porque, afinal, para mim ao menos, o principal objetivo de um texto é passar a mensagem; ou seja, fazer a comunicação emissor-receptor. Por isso, sou fã de Machado e Nélson Rodrigues e não consegui ler “Grande Sertão Veredas”, de Guimarães Rosa. Para compor (redigir) um bom texto também é saber bem usar vírgulas, pontos, travessões e aspas, das quais sou fã. Mas isso fica (deixa) pra próxima.

2 comentários:

Adrianna Coelho disse...


Júlio,

Eu sou uma das pessoas interessadas nesse seu texto. Tenho dificuldades para escrever um bom texto, e não é pela escolha (boa ou má) das palavras, mas porque minha cabeça fica às voltas com tantas ideias que posso começar falando de gatos e terminar com feijão (por favor, se vc vir alguma relação nisso me avise) rs
É por isso, por ainda não ter aprendido a escrever uma boa história, que escrevo poemas... rs

Confissões e brincadeiras à parte, gostei muito do seu texto.

um abraço.

Anônimo disse...

Eu estou na mesma situação que a Adrianna.E também gostei do seu texto.

Olha,você me fez escrever esse comentário sem usar vc,q e tb,"símbolos" que eu(assim como a torcida do Flamengo) uso tanto na rede.

Legal o seu blog!
beijinhos

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