quinta-feira, 30 de julho de 2009

Relações Internacionais: três meses depois

Faz três meses que eu comecei minha Pós em Relações Internacionais. Antes completamente leigo no assunto, hoje eu já sei qual a capital de Honduras.
As teorias das Relações Internacionais dividem-se basicamente em duas correntes: a Realista (e a que funciona na prática, talvez daí venha o nome) que coloca o Estado acima do indivíduo, e defende a soberania dele, Estado. A outra, cujo teórico principal é Kant, é o Solidarismo Liberal (ou o sugestivo nome de Idealismo), em que o indivíduo tem um valor maior do que o Estado.
Saindo do campo teórico para o que costumam chamar em RI de prático, mas que eu reluto e prefiro chamar de atual, há, oriundas destas correntes acima, dois tipos de posição no sistema internacional. Uma, criada em 2005, chamada de R2P (Responsability to Protect) e a outra, contrária, que defende o princípio de não-intervenção. O Brasil faz parte da segunda corrente.
Há um caso que define bem e ilustra esses dois pensamentos. Existe hoje em Darfur, no Sudão, um conflito que começou em 2003 e no qual mais de 400 mil pessoas foram assassinadas sob o regime de um ditador genocida.
Segundo o R2P e o Kant, é obrigação da comunidade internacional intervir no Sudão e interromper este genocídio. Já de acordo com a outra corrente, a da não-intervenção (Brasil e os gente boa China, Rússia, Venezuela, Irã, entre outros) o Estado é soberano, portanto outros países não podem intervir.
Um dos argumentos que eu ouço do porquê o Brasil defende a não-intervenção é o de que teria medo de uma possível ingerência na Amazônia, a partir deste princípio.
Aí, fico eu com a minha visão leiga da história. Os Estados, ou melhor, a linha que define os Estados são uma convenção e, portanto, abstratas. Já o ser-humano, a vida, é concreta.
Bem, no que eu vou aplicar esse conhecimento eu ainda não sei, mas sobre uma coisa eu já me defini: torço contra a entrada do Brasil como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU e não dou “forward” nos e-mails que eu recebo contra a privatização da Amazônia.

3 comentários:

Joao Vicente disse...

muito complicado essas teorias e praticas. pra mim, Estado que valoriza a instituição em detrimento do individuo é Estado totalitario! tenho dito.

dan disse...

É isso mesmo.
Se o governo federal, por alguma razão, me expropriasse e levasse todos os meus bens eu adoraria que uma potência imperialista, seja lá por quais motivos, atacasse o "meu governo".

Bruna Severo disse...

è... vc está aprendendo rapidinho. E eu ainda aguardo a nota do meu TCC

beijos!

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