quinta-feira, 23 de abril de 2009

O jornal e a noite


Eu sou um cara meio metódico. Meio não. Bem metódico. Ao acordar, gosto de pensar no que vou fazer ao longo do dia, mesmo nos fins de semana. Por exemplo, não importa o que eu faça à tarde, eu tenho que ter um tempo disponível para dormir depois do almoço. É nessa hora que eu leio o jornal (daí vem a origem do sono vespertino). Mas mesmo para um ser metódico como eu, durante o dia ocorre o imprevisível. Um encontro que você não esperava, uma noitada que você não tinha programado, enfim... Tem uma coisa, no entanto, que eu não consigo mudar: eu não consigo ler o jornal antes de dormir (à noite). Eu acho que o jornal e a noite não combinam. Não é pelo fato de as notícias já estarem velhas, e ser mais fácil se atualizar pela internet. Pelo contrário, eu prefiro mil vezes a notícia impressa. É que eu acho que o jornal, esse papel pardo cheio de letrinhas, é a expressão da realidade, de uma certa frieza, do cru. E a noite, não. A noite representa o onírico, a véspera do sonho, a imaginação. A cor da noite contrasta com a cor do jornal. A noite pede um livro, um filme, uma cerveja. Todos alucinógenos. E o jornal é a contraposição a isso tudo. O jornal é o careta, é o sal de frutas, é o... dia seguinte.

4 comentários:

Adrianna Coelho disse...


Júlio, eu gosto muito dos seus textos. Gosto mesmo! Dos assuntos, de como vc os escreve, do humor, das refelxões, das observações... Enfim, eu gosto!
Mas este aqui é especial, me pegou pelo pé... oops... pela cabeça?!
Nunca pensei no contraste entre o jornal e a noite. Dá poesia, sabia? :)

beijos

Karen disse...

Nossa.. jornal te dá sono de tarde!?! rsrs Sorte sua...
Jornal me irrita, quer dizer, normalmente as notícias são irritantes por mais que eu seja jornalista e elas sejam necessárias...
Beijus

jh.sil disse...

Sabe que aconteceu comigo, algo parecido com o que ocorreu com a Adriana?

Dá poesia, sabia? rs.

Anônimo disse...

faço das palavras da Adrianna as minhas!
Esse texto está especial.
beijo,
Ana B

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