terça-feira, 14 de abril de 2009

Big Brother Botafogo


Bem, este texto como o próprio título sugere não deve atrair muito a atenção dos leitores deste blog. Segundo estimativas não oficiais, apenas 10% dos intelectuais brasileiros assistem ao BBB. E para ler este blog, diga-se de passagem, há de ser um intelectual para compreender a complexidade dos temas abordados! Já os botafoguenses (com muito orgulho) somos menos de 10% da população. Portanto, segundo a regra matemática da probabilidade, menos de 5% dos leitores são botafoguenses e assistem ao BBB (se bem que a maioria dos intelectuais é botafoguense e vice-versa...). Enfim... Eu vejo no BBB um espelho do país e um campo de reflexão para a nossa sociedade. Justifico-me: o IBGE e o IBOPE juntos não devem atingir 3% da população em suas pesquisas, o BBB, por outro lado, abrange 70% dos brasileiros. E grande parte destes participa ativamente do mesmo, votando. Vou citar um exemplo concreto: a vitória do Jean Willis (aquele professor homossexual) mostrou que a população vem superando preconceitos, afinal quem imaginaria um gay campeão do BBB? (quem dissertou sobre esta teoria foi o antropólogo Roberto da Matta, um dos poucos intelectuais que assiste ao reality). Nesta edição, a Ana (a loira chorona) permaneceu invicta em sete paredões. Ela era, para mim, a personificação do ''Complexo de vira-latas'', do Nelson Rodrigues. Era a única explicação para o povo não tirar ela da casa. Como dizia o escritor, o brasileiro gosta do coitadinho, do fraco, do sem-confiança. Aí veio o Max, o ''arrogante''. O cara que batia no peito e falava ''eu sou o cara'' (como um certo Baixinho, que a imprensa também sempre considerou prepotente, mas que de fato era ''o cara''). Além do carisma, o Max tinha essa qualidade do ''confiante'', do ''vamo que vamo''. E a vitória dele me mostrou uma certa mudança de percepção do brasileiro, de admirar, sim, a confiança, a segurança. E por que não? Acreditar em si, enfim... Bem, o paralelo entre o BBB e o Botafogo é o seguinte: O Botafogo também tem esta sina de ser o coitadinho, o sofredor, o pessimista, como dizia o mesmo Nelson: ''Ponham uma barba postiça num torcedor do Botafogo, deem-lhe óculos escuros, raspem-lhe as impressões digitais e, ainda assim, ele será inconfundível. Por quê? - há, no alvinegro, a emanação específica de um pessimismo imortal (...)'' Portanto, chegou a hora de mudar isso. Assim como quis o povo brasileiro neste BBB, que ganhasse o confiante, o cheio de si, o otimista. Neste Estadual, se Deus quiser, o Botafogo também chutará, literalmente, este pessimismo para a rede do Fla. Ah, o Botafogo também tem outra característica que lhe é inerente: a superstição. E o Max, quem diria, é botafoguense! Vamo que vamo!!

4 comentários:

carol luisa disse...

pessimismo na rede do meu Mengão?

é ruim,hein!

=******

Dan disse...

O IBGE e o IBOPE alcançam uma representatividade muito maior porque não têm quantidade mas têm qualidade (leia-se : metodologia de pesquisa). O BBB como base de estudos sociais é falho porque deixa de fora uma grande parte da sociedade brasileira: a que não o assiste. Um exemplo: as pesquisas de torcida do IBOPE são muito mais confiáveis do que uma pesquisa com os times das pessoas que votam no programa.

Bernardo Serrado disse...

Falou muito, mas não vai servir de nada. Afinal quem ganha domingo é o Mengão! Isso é fato!!!

Anônimo disse...

Queridíssimo Julio,
Acho que ainda não foi dessa vez.
E é por essas e outras que vc sempre me verá na filá da gavea comprando ingresso pra assistir meu mengão.
um beijo rubro-negro carinhoso,
Ana B.

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