sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

A nossa década

Mais do que um ano novo, a gente a partir de hoje começa a escrever uma nova década. E o a gente refere-se à nossa geração de 20 e poucos anos (@via PedroCoqueiro). Espero que ao fim desta década, nós com 30 e poucos anos, olhemos para trás e vejemos que a escrevemos bem. Espero que a nova classe média brasileira, que será cada vez mais numerosa, não se deslumbre com o consumo de bens duráveis mas consuma também informação. Que a velha classe média brasileira dedique mais tempo a seus Kindles do que a seus Blackberrys. Que as mídias sociais não sirvam somente como um Big Brother pessoal, como nos ensinam os iranianos. Que a tecnologia de uma forma geral, cada vez mais inerente às nossas vidas, nos facilitem o acesso à informação, e não nos embabaque. Que a gente não mais assista a um Sarney na presidência do Senado, num cenário tragicômico. Que os talibãs, as Al-Qaedas, os Ahmadinejad e os Chávez desmoronem não por invasões externas mas pelo anseio de liberdade de seus homens e mulheres. Que a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016 sejam um sucesso e nos tragam a autoestima que falta. Que a Copa da África também seja maravilhosa. Que, por sinal, a gente finalmente ouça falar da África, o continente que a gente sempre fingiu que não existe. Que o nacionalismo burro e extremista, que levou a tantas guerras, seja substituído cada vez mais pela globalização e integração entre os povos. Que o Rio de Janeiro se veja livre do tráfico nas favelas e que esse último ano da década, o melhor dos últimos 20 anos para a cidade, seja só o começo. Que esses encontros de Copenhage e Kyoto não sejam mais tão necessários porque as pessoas pararam de pegar saco plástico quando não precisam e jogaram as pilhas no lugar apropriado para elas. Que o boom econômico que o Brasil vem tendo venha acompanhado de investimento em Educação, que é o que trará frutos futuros e nos garantirá a estabilidade depois que os chineses pararem de comprar nosso cobre. Que os professores sejam mais reconhecidos e remunerados, tanto quanto os marketeiros e adminstradores de empresas. Mais do que esperar, eu quero ajudar a escrevê-la. As páginas estão em branco. A caneta (ou o teclado) está com a gente. Feliz década nova. Feliz vinte e poucos anos.
01/01/2010.

4 comentários:

Fernando Brancoli disse...

Feliz 2010, rapaz!

nathaliajordao disse...

Gostei muito... Só não sei se vai dar para usar mais o Kindle que o Blackberry. :)

zeh disse...

Que com tal força de década, esse novo ano traga tudo aquilo de bom que um outro ano pode nos dar. Renovando vamos.

zeh disse...

(@via Pedro Coqueiro)

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