terça-feira, 15 de setembro de 2009

Lugar de torcedor é na arquibancada

Semana passada, no meio das notícias sobre o que fazer para fugir do rebaixamento, eu li uma que não teve tanto destaque, mas explica a atual fase do Botafogo e do futebol carioca, em geral. O presidente do clube entrou numa pós-graduação em Gestão Esportiva. Ele e outros três dirigentes. Você pressupõe que se ele está começando uma pós em gestão, ele é formado em Administração, em Economia, que está só aperfeiçoando um conhecimento prévio no assunto. Mas não, o presidente do Botafogo é... dentista. Isso mesmo, uma empresa enorme, com uma folha de pagamento de mais de um milhão de reais mensal, com mais de dois milhões de clientes em potencial, é administrada por um dentista. Acho louvável a intenção dele em estudar o assunto, mas a ordem dos fatores é que me assusta. Primeiro, ele deveria se interar sobre o tema, para aí então, se candidatar a alguma coisa relacionada à gestão.
O exemplo do Botafogo serve para os outros times do Rio. O presidente do Fluminense é... cardiologista. O Marcio Braga eu não sei o que é, mas pela administração do Flamengo (a maior empresa brasileira de futebol) nos últimos anos, boa coisa não é. No Vasco, é o ex-jogador Roberto Dinamite, que não deve saber muito bem mexer no Outlook. Todos eles têm o mesmo argumento para serem presidentes de seus respectivos clubes: a paixão. São loucos pelos seus times, mas até aí morreu Neves. Eu também sou fanático pelo Botafogo e não sou presidente dele. Só para efeito de comparação, o presidente do Palmeiras é um economista, que estava cotado para ser presidente do Banco Central. A título de curiosidade, o Palmeiras é o líder do campeonato.
Eu não quero um torcedor apaixonado para ser presidente do meu clube. Eu quero alguém competente, que saiba administrar uma empresa, que entenda de Marketing, que fale Inglês e todos os outros requisitos que qualquer grande empresa exige. Pode até ser flamenguista, quer dizer flamenguista, não, pode até ser são-paulino. Com os R$ 70 mil reais que se paga ao Alessandro, você traz um administrador pós-graduado em Oxford.
Mas enquanto o presidente do Botafogo não acaba o curso, só me resta torcer para não sermos reprovados este ano.

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